Saquê e a cultura japonesa

Saquê e a cultura japonesa

Não dá para pensar em gastronomia japonesa sem lembrar do arroz, né? O cereal é a base da alimentação nipônica. O país possui condições climáticas ideais para o cultivo do arroz e estudos indicam que a sua introdução no cardápio data de mais de 3 mil anos. O grão é tão importante para a cultura japonesa que houve um período em que era tão precioso que servia como pagamento de impostos e também como pagamento aos samurais. Desde então, o arroz é considerado como um bem inestimável, tanto que até hoje é realizado, no Palácio Imperial, o Niinamesai, cerimônia em agradecimento pela boa colheita. Para simbolizar esse mesmo sentimento de gratidão entre o povo,  o dia 23 de novembro foi instituído como Dia de Ação de Graça pelo Trabalho.

Por que, afinal, estamos falando em arroz quando o tema é saquê? Simples, a bebida tradicional japonesa não podia ter outro ingrediente, não é? Saquê é, basicamente, arroz fermentado na água. Há dois tipos: o Karakuchizakê (saquê seco com teor alcoólico acima de 2 graus) e o Amakuchizakê (saquê doce).

Cultura Japonesa - Saque

Cultura Japonesa – Saque

Os primeiros registros da bebida em seu país de origem são do século 8, mas a popularização aconteceu no século 18. No Brasil, o vinho de arroz chegou na bagagem dos primeiros imigrantes japoneses, no navio Kasato Maru, em 1908. Importar a bebida, no entanto, era muito caro e os pioneiros não se acostumavam com a cachaça brasileira.

Em 1935, Hisaya Iwasaki abriu a primeira fábrica brasileira de saquê, a Tozan, que produz até hoje o saquê Kirin. De lá para cá, outras marcas surgiram, popularizando a bebida que, geralmente, acompanha sushis e sashimis.

Para o público local, no entanto, são feitas algumas adaptações na hora do consumo. O saquê tradicional é servido em temperatura ambiente, mas no Brasil a preferência é pela versão gelada, com sal na borda do massu (copo quadrado de madeira), ou pela caipirinha de saquê feita com kiwi.