A semana começou e começa a bater aquele desespero. É escolha dos pratos, dos vinhos, das sobremesas, de TUDO! Do feriado de sexta até a Páscoa não descansamos. Tudo tem que ser perfeito. Então, para te ajudar nesse processo, confira algumas dicas de como harmonizar na páscoa!
Para quem ainda é iniciante no quesito harmonização, não precisa ter medo. Afinal, a regra mais importante de todas é: beba e coma o que gosta. E procure sempre provar coisas novas, também. É assim que mostramos ao nosso paladar que existe uma infinidade de sabores e aromas por aí.
Aqueles que querem tentar um casamento perfeito entre vinho e comida devem estar atentos a algumas regras básicas:
1) Iguale a intensidade do prato com a do vinho
Ou seja, quanto mais leve for o vinho, mais leve deve ser o prato. Ou o contrário. E vice-versa. E quando falo em intensidade, pode ser: açúcar, taninos, acidez, álcool, cor, aromas, etc. Sendo mais objetiva: se for um prato doce, o vinho tem que ser igualmente doce (ou até mais doce); se um prato tiver um componente ácido marcante (um ceviche, por exemplo), o vinho precisa ter também uma acidez marcante.
2) Identifique o ingrediente chave do prato
O que se destaca mais no prato que vamos servir? Qual o sabor mais marcante? E, a partir daí, seguir a harmonização com este elemento, que nem sempre é a proteína que está no prato. Pode ser um tempero, ou um molho, por exemplo.
3) Decida se vai comparar ou contrastar os sabores.
As harmonizações, geralmente, funcionam assim. Ou complementamos os sabores, ou vamos no sentido oposto. Se temos um prato ácido, servimos um vinho rico em acidez. Ou, podemos ter um prato muito salgado e servi-lo com um vinho doce. Os contrates, em alguns momentos, são bem interessantes.
Mas vamos falar das harmonizações da Páscoa…
O prato mais clássico servido no almoço da sexta-feira santa é o bacalhau. Mas cada família tem a sua receita e os acompanhamentos são também diversos. Mas, como regra geral, a melhor harmonização para os pratos de bacalhau, que geralmente usam algum creme (natas) ou muito azeite, é um branco com passagem em madeira, como muitos Chardonnays do novo mundo (e da Borgonha), os brancos da Rioja, os brancos de alta gama de Portugal, dentre outros. Ou seja, um prato untuoso, pede um vinho também untuoso. Deixe de lado os vinhos brancos leves e frutados, pois estes costumam ser apagados pela intensidade do peixe. Portanto, o Vinho Verde, que muitos pensam ser uma boa harmonização com bacalhau, definitivamente, não é. Se você for um amante inveterado dos tintos e não conseguir viver sem, procure um tinto jovem e frutado, meio que o oposto do branco. E fuja daqueles tintos com muitos taninos, pois o peixe deixará seu vinho com um gosto muito metálico. Além do mais, os pratos com bacalhau geralmente são um pouco salgados e o impacto disso no vinho é deixa-lo ainda mais tânico.
E para o chocolate, grande protagonista desta época, vai depender do tipo. Chocolates ao leite pedem vinhos mais doces e intensos, como Banyuls, um Recioto dela Valpolicella, um Jerez Pedro Oloroso ou um Porto tipo Ruby, por exemplo. Se for um chocolate bem amargo, ele pode até ser servido com o seu Cabernet Sauvignon favorito, especialmente se for puro ou na forma de trufas.
Para quem prefere outros pratos, pense sempre que, como um bom casamento, todos os envolvidos devem estar em harmonia. Mas para criar a harmonização perfeita, é preciso arriscar, tentar novas combinações e sabores. Você saberá quando acertou ao sentir que a comida e o vinho viraram um só dentro da sua boca. E essa experiência não se esquece jamais!
Fonte: Enogourmet